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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Espiritualidade do Catequista



A PESSOA DO CATEQUISTA E SUA ESPIRITUALIDADE


O Diretório Catequético Geral n.º 114, diz: “A missão confiada ao catequista exige dele uma intensa vida sacramental e espiritual, o hábito da oração, o sentido profundo da excelência da mensagem cristã (...) a atitude de caridade, humildade e prudência”

A Espiritualidade está no modo de ser, viver, falar e agir das pessoas. Quando perguntamos: qual é a espiritualidade de tal santo? A resposta logo vem caracterizando o(a) santo(a) pelo que foi e fez. Por exemplo: Santa Paulina: amor aos pobres, doentes, pela sua simplicidade, grande ideal pela missão, amor profundo a Jesus Cristo, transformado em ação. A oração é o alimento que sustenta o ser e o agir.

    O CATEQUISTA É ALGUÉM QUE DEIXA O ESPÍRITO HABITAR EM SUA VIDA.TER ESPIRITUALIDADE SIGNIFICA ESTAR SEMPRE ABERTO Á AÇÃO DO  ESPÍRITO QUE AGE EM NÓS. 

Contudo não se pode confundir espiritualidade com momentos de oração. Isso seria restringir a espiritualidade.
 A oração é o respiro do coração, mas a espiritualidade abraça a vida toda, em todas as suas dimensões.
O catequista deve ter espiritualidade cristã no sentido de deixar o mesmo Espírito que guiou Jesus, também orientar e moldar a sua vida.
 Sua espiritualidade deve ser alimentada também pela Palavra de Deus, centro de toda a sua ação catequética.
Principalmente, alimentada  na vivência dos sacramentos, em especial da Eucaristia.

JESUS É O CENTRO DA ESPIRITUALIDADE

A maior fonte da espiritualidade é Jesus Cristo. Dele emanam outras fontes: a vida, a Palavra de Deus, a Eucaristia e a missão.

Jesus nos diz:  “Vem e segue-me”.

 Seremos preenchidos por Jesus se realmente o seguirmos sem restrições. É preciso deixar para traz a vida velha dos comodismos, irresponsabilidade, medo, consumismo... para assumir o caminho de Jesus, ou seja vida nova.



O Catequista de Iniciação Cristã tem quatro pilares nos quais se afirma:

1) Oração diária, vida de oração que brota da fé. Deve ser mestre de oração.

 2) Competência: é uma pessoa que estuda, faz cursos, tem o habito de  leitura, procura cultivar-se.

 3) É humano, isto é, tem cuidado, carinho, amor, ternura e responsabilidade pelos catequizandos. Tem um amor exigente que leva a sério sua missão.

 4) Tem pedagogia e metodologia de ensino.

Como espiritualidade abraça a vida toda, em todas as suas dimensões, vamos refletir sobre todos os aspectos que
 envolvem a pessoa do catequista.

1. VOCAÇÃO

O núcleo central de um verdadeiro serviço catequético reside na tomada de consciência:
o catequista sabe que é Igreja e que atua em nome da Igreja.
Ele deve ser fiel a esse novo rosto que a Igreja vai adquirindo hoje.
Ser catequista é viver uma vocação característica dentro da Igreja.
O catequista é  enviado por Deus como ministro da Palavra, pelo poder do Espírito Santo e é enviado pela Igreja.
Vamos acompanhar as seguintes leituras:
Jr 1,4-8 " Recebi a palavra de Javé que me dizia: "Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci, antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você profeta das nações. Mas eu respondi: " Ah, Senhor Javé, eu não sei falar, porque sou jovem". Javé porém, me disse: "Não diga sou jovem", porque você irá para aqueles a quem eu mandar e anunciará aquilo que eu lhe ordenar. Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo."

1Tm 1,12 " Agradeço àquele que meu força , a Jesus Cristo nosso Senhor, que me considerou digno de confiança, tornando-me para o seu serviço."

2. ATITUDES
O perfil do catequista é um ideal a ser conquistado,
olhando para Jesus, modelo de Mestre, de servidor e de catequista.
Sendo fiel a esse modelo, é importante desenvolver as diversas dimensões:
ser, saber, saber fazer em comunidade.
(cf DGC 238ss)

Fl 4,4-6 " Fiquem sempre alegres no Senhor!Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças."

Cl 2,7 " Enraizados nele, vocês se edificam sobre ele e se apoiam na fé que lhes foi ensinada, transbordando em ação de graças."

Uma catequese dada com amor e por amor e “dada com alegria”, suscita no coração do ouvinte a esperança de ser melhor, o desejo de mudar, a aspiração de se converter e se salvar e de ajudar os outros a descobrir este amor. 
É “o catequista quem dá vida ao catecismo” .
E o catequista dá vida fundamentalmente de duas formas:
                                 pelo que é (identidade)
                              e pelo que faz (competência).
“Presença amiga e acolhimento são palavras que resumem bem uma das atitudes fundamentais do catequista.
É preciso que o catequista seja competente em sua ação catequética superando, a improvisação e a boa vontade. (DNC 270)

 3. FORMAÇÃO

O catequista deve buscar constantemente sua formação.
Esta formação deve ser permanente.
Não basta boa vontade, é preciso aprender sempre mais para dar testemunho convincente de fé.
Requer, também, grande intimidade com a palavra de Deus, com a doutrina e a reflexão da Igreja.
O catequista precisa de dois ouvidos:
Um para ouvir o povo
E outro para ouvir a Deus.

Cl 1,10 " Desse modo, vocês viverão uma vida digna do Senhor, fazendo tudo o que ele aprova: darão fruto em toda a atividade boa e crescerão no conhecimento de Deus."

4. DESAFIOS

A Palavra de Deus nos fala dos desafios de profetizar.

“Apesar de maltratados e ultrajados ousamos, confiados em Nosso Deus, pregar-vos o Evangelho em meio a muitas lutas”. (1Tes 2,2)

Mc 8,34-35  " Então Jesus chamou a multidão e os discípulos. E disse: " Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a tua cruz e me siga." Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la."


6. MATURIDADE

“Com base numa inicial maturidade humana, o exercício da catequese, constantemente reconsiderado e avaliado, possibilita o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo no espírito construtivo e no trabalho de grupo”.
(DGC 239)

Mt 5,13-14 " Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o gosto, com que poderemos salgá-lo? Não serve para mais nada, serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte."


7. COMUNHÃO

CATEQUISTA é pessoa integrada no seu tempo e identificada com sua gente. É aberta aos problemas reais e com sensibilidade cultural, social e  política.
Cada catequista assumirá melhor a sua missão à medida que conhecer e for sensível à defesa da vida e às lutas do povo.
 (DGC 16)
Pessoa de comunicação, capaz de construir comunhão, o catequista cultiva amizades, presta atenção nas pessoas, está atento a pequenos gestos que alimentam relacionamentos positivos.
A delicadeza diária, simples, também  é um anúncio do amor de Deus, através da consideração dos sentimentos das pessoas. (DNC 268)

1Jo 4,11-12 " Amados, se Deus nos amou a tal ponto, também nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus está conosco, e o seu amor se realiza completamente em nós."

8. ORAÇÃO

O  catequista deve ser pessoa de oração.
Ele semeia, mas é Deus quem faz crescer.

ORAÇÃO PESSOAL
Buscar a intimidade com Deus na oração diária.
Orar pelos catequizandos, e pelas famílias.

ORAÇÃO NO GRUPO DE CATEQUISTAS
“As pequenas comunidades são ambiente propício para escutar a Palavra de Deus, viver a fraternidade, animar na oração, aprofundar processos de formação na fé e para fortalecer o exigente compromisso de ser apóstolo na sociedade de
hoje.”  (DA 308)

Mt 21,22 " E tudo o que vocês na oração pedirem com fé, vocês receberão."

Rm 12,12 "Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração."

O catequista da Iniciação Cristã faz: 
 *diariamente a meditação da Palavra de Deus*,
 tem seu ritmo de silêncio, de escuta, de oração pessoal, precisa permanecer na “escola da Palavra” para interiorizar a mensagem e comunicá-la com ardor.
É um contemplativo que transmite o que  armazena em seu coração.
 A boca fala do que vem do coração.
 Na iniciação Cristã acontece a catequese apostólica:
 “Chamou-os, para estar com Ele e enviou-os a evangelizar”


9. DISCÍPULO MISSIONÁRIO

“O discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com os outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, construir o Reino de Deus.
(DA 278e)

Mt 28,18-20 " Então Jesus se aproximou e falou: " Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que estou com vocês todos os dias, até o fim do mundo."

10. VOCAÇÃO BATISMAL

Catequista pessoa que ama viver e se sente realizada.
Assume seu chamado com entusiasmo e como realização de sua vocação batismal. Compromete sua vida em benefício de mais vida para o seu próximo.
Ser catequista é assumir corajosamente o Batismo e vivenciá-lo na comunidade cristã.
É mergulhar em Jesus e proclamar o Reinado de Deus, convidando a uma pertença filial à Igreja.
(cf. DGC 238)

Rm 10,14-15 " Ora, como poderão invocar aquele no qual não acreditaram? Como poderão acreditar, se não ouviram falar dele? E como poderão ouvir, se não houver quem o anuncie? Como poderão anunciar se ninguém for enviado? Como diz a Escritura: Como são belos os pés daqueles que anunciam boas notícias! "

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A paz de Jesus e o amor de Maria.
Wânia